Sanção de Trump contra Moraes: Lula diz que medida é ‘intimidação’ e ‘arbitrária’
Crédito, EPA
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- Author, Daniel Gallas
- Role, Da BBC News Brasil em Londres
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, disse Lula em nota oficial do governo brasileiro.
“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações.”
“Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.”
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A declaração de Lula acontece em meio a uma escalada de tensões entre Brasil e EUA que culminou no anúncio feito na sexta-feira pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, contra Alexandre de Moraes.
Rubio anunciou a revogação imediata do visto de Moraes e de “aliados seus no tribunal” e familiares — sem especificar quem seriam exatamente os demais afetados.
O governo dos EUA acusa Moraes de praticar uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Em postagem no X, Rubio disse que Moraes “criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil e atinge os americanos”.
A sanção americana a Moraes foi anunciada no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou operações de buscas contra Bolsonaro.
Moraes também determinou que Bolsonaro não pode usar redes sociais e nem sair de casa entre 19h e 6h e durante os fins de semana. O ministro do STF também proibiu o ex-presidente de se comunicar com “demais réus e investigados” em inquéritos no STF, o que inclui o seu filho Eduardo Bolsonaro.
Deputado federal licenciado, Eduardo se mudou para os EUA com o intuito de pressionar o governo americano a tomar medidas contra Moraes e que levem à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, em Brasília.
O objetivo, ainda segundo a decisão, seria tentar submeter o funcionamento do STF “ao crivo de um Estado estrangeiro, por meio de atos hostis e negociações criminosas” com a finalidade de coagir a Corte.
O trecho é uma referência à carta em que o presidente dos EUA, Donald Trump, cita a decisão de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como uma reação, entre outras coisas, ao tratamento “injusto” dado a Bolsonaro.