Papa Francisco e J.D. Vance: como foi a reunião do pontífice com vice de Trump, um dia antes de morrer

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O encontro ocorreu na Casa Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano, pouco antes das celebrações de Páscoa. O vice-presidente se converteu ao catolicismo em 2019.
Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, J.D. Vance e Francisco se reuniram por poucos minutos, durante os quais o papa presenteou o vice-presidente americano com uma gravata com o brasão do Vaticano, um terço e ovos de Páscoa para cada um dos filhos de Vance.
“É um prazer vê-lo em melhor estado de saúde”, disse J.D. Vance ao papa argentino, em vídeo divulgado pelo Vaticano. “Obrigado por me receber. Rezo pelo senhor todos os dias. Que Deus o abençoe”.
“Meu coração está com os milhões de cristãos em todo o mundo que o amavam. Fiquei feliz em vê-lo ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente”, escreveu no X (antigo Twitter).
Vance também afirmou que sempre se lembrará de Francisco pela homilia que ele proferiu nos primeiros dias da pandemia de covid-19. “Foi realmente muito bonito”, disse.
A visita do vice-presidente a Francisco aconteceu cerca de dois meses após o líder da Igreja Católica criticar duramente a política migratória do governo de Donald Trump.
Em fevereiro, o papa classificou as expulsões em massa de migrantes como uma “grande crise”. Em uma carta enviada aos bispos americanos, Francisco exortou os católicos e outros “a não cederem a narrativas que discriminam e causam sofrimento desnecessário aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”.
“O que se constrói à base de força, e não a partir da verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, mal começa e mal terminará”, escreveu ainda o pontífice.
Após as críticas, Vance afirmou que continuaria a defender suas opiniões. Em um evento católico em Washington DC, o vice-presidente se autodenominou um “católico bebê” e reconheceu que havia “coisas sobre a fé que eu desconhecia”.

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J.D. Vance viajou com sua família para a Itália e chegou a Roma na sexta-feira (18/04). No sábado, encontrou-se com o Secretário de Estado e o Secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais do Vaticano.
Durante “conversas cordiais”, as partes expressaram satisfação com as “boas relações bilaterais existentes” e um “compromisso comum” com a proteção da liberdade religiosa, afirmou o Vaticano em um comunicado.
“Houve uma troca de opiniões sobre a situação internacional, especialmente em relação aos países afetados por guerras, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção especial aos migrantes, refugiados e prisioneiros”, completa o texto.