Ozempic e Mounjaro: popularidade de remédios para emagrecer faz Vigilantes do Peso pedir falência
Crédito, Getty Images
- Author, Tom Espiner e Mitchell Labiak
- Role, BBC News
A empresa de mais de 60 anos, que ficou conhecida pelos programas de dieta, encerrou suas atividades no Brasil no fim do ano passado, depois de cinco décadas operando no país.
O atual processo judicial prevê que US$ 1,15 bilhão da dívida da empresa seja anulada enquanto ela discute novos termos para pagar seus credores.
A WeightWatchers informou que vai permanecer “totalmente operacional” durante o processo, “sem impacto para os membros”.
Isso acontece após a ascensão meteórica da popularidade das injeções de medicamentos para perda de peso, que a empresa classificou como um “cenário em rápida mudança no setor de controle de peso”.
“Por mais de 62 anos, a WeightWatchers tem capacitado milhões de membros a fazer escolhas saudáveis e bem informadas, mantendo-se resiliente conforme as tendências surgiam e desapareciam”, afirmou a CEO da companhia, Tara Comonte.
Os planos têm “o apoio esmagador de nossos credores”, ela acrescentou.
Em comunicado, a empresa disse que seu programa de perda de peso, sistema de “telessaúde” e workshops de perda de peso vão continuar.
A companhia prometeu que estava “aqui para ficar”, e afirmou que não estava saindo do mercado.
A empresa declarou que tinha uma “quantidade significativa de dívidas em seu balanço patrimonial, algumas das quais datam de décadas atrás” — e que o pedido de falência permitiria a reestruturação de seu balanço patrimonial.
Alguns clientes receberiam notificações judiciais como parte do processo, mas não precisariam tomar nenhuma providência, acrescentou a companhia.
‘Transição significativa’
A WeightWatchers começou como uma reunião semanal de um grupo de apoio à perda de peso com 400 participantes, e acabou ganhando milhões de membros ao redor do mundo.
Mas a demanda por seus programas caiu enquanto a popularidade de medicamentos para perda de peso, como Wegovy e Zepbound, aumentou — embora a marca venda medicamentos para emagrecer como parte de seus programas.
Em fevereiro, Comonte disse que a WeightWatchers poderia ajudar as pessoas que buscam uma perda de peso “sustentável” após a interrupção do uso dos medicamentos.
“Ao mesmo tempo, a WeightWatchers está em um período de transição significativa à medida que navegamos pelas mudanças do setor e reposicionamos nosso negócio para um crescimento de longo prazo”, afirmou ela, na ocasião.
A companhia registrou um prejuízo líquido de US$ 346 milhões no ano passado, enquanto sua receita proveniente de assinaturas caiu 5,6% em comparação com o ano anterior.
Na terça-feira (6/5), a empresa informou que a receita das assinaturas caiu 9,3% nos três primeiros meses de 2025 — embora seus negócios na área clínica, que incluem medicamentos para perda de peso, tenham registrado um aumento de mais de 57% na receita.
O passivo total da marca, de US$ 1,88 bilhão, é maior do que o valor de seus ativos. A companhia disse que “espera que [o] plano de reestruturação seja confirmado em aproximadamente 40 dias, e que emerja como uma empresa de capital aberto”.
A WeightWatchers mudou seu nome para “WW” em 2018, à medida que passou a se concentrar na promoção da saúde além da perda de peso.