Hulk Hogan: lenda da luta livre morre aos 71 anos nos EUA
Crédito, Getty Images
Lenda da luta livre, o americano Hulk Hogan morreu aos 71 anos nesta quinta-feira (24/07).
Serviços de emergência receberam uma ligação vinda da casa do lutador na Flórida às 10h (horário local), com relato de ocorrência de uma parada cardíaca, segundo as autoridades. Ele foi declarado morto no hospital posteriormente, às 11h17.
A polícia local afirmou que haverá uma investigação, mas que não há indícios de atividades suspeitas em relação à morte.
Hogan, cujo nome verdadeiro era Terry Bollea, foi o maior lutador profissional dos anos 80 e 90, tornou-se um ícone da cultura pop americana e alcançou fama internacional.
Conhecido por suas roupas vermelhas e amarelas e por sua legião de fãs chamada de “Hulkamaniacs”, ele continuou lutando até os 50 anos.
Em 2018, ele foi reintegrado ao Hall da Fama da World Wrestling Entertainment (WWE, empresa dedicada à promoção da luta profissional), após ser expulso por proferir um insulto racista em 2015 — fato que sepultou sua carreira no esporte.
Crédito, Getty Images
Em um comunicado lamentando a morte, a empresa afirmou que Hogan ajudou a “WWE a alcançar reconhecimento global na década de 1980”.
Nos últimos meses, houve especulações sobre a saúde do ex-atleta.
No ano passado, em entrevista ao YouTuber e lutador Logan Paul, Hogan disse que passou por pelo menos 25 cirurgias na última década. Em maio, foi divulgado que ele passou por uma operação no pescoço.
O lutador também teve passagens pelo cinema, começando sua trajetória como ator em Rocky III (1982), no qual interpretou o lutador profissional Thunderlips ao lado de Sylvester Stallone.
Ele também foi o protagonista, Rip Thomas, em No Holds Barred (1989).
Hogan também atuou em vários outros filmes durante a década de 1990, como Comando Suburbano, O Senhor Babá e Herói por Engano.
Controvérsias e política
Crédito, Getty Images
Além de popular, Hogan também foi uma figura pública controversa.
Em sua única aparição no primeiro episódio da série Raw na Netflix, em janeiro de 2025, o ex-atleta recebeu fortes vaias ao subir no palco.
Na política americana recente, o ex-atleta passou de apoiador do democrata Barack Obama em 2008 para eleitor do republicano Donald Trump a partir de 2016.
Trump e outros membros de seu governo fizeram homenagens a Hogan após a notícia da morte.
Em sua rede, a Truth Social, o presidente o chamou de “grande amigo”.
“Hulk Hogan foi MAGA [nome dado ao movimento de apoiadores de Trump, uma sigla para o slogan “Make America Great Again”] em todos os sentidos — forte, durão, inteligente, mas com o maior coração”, escreveu Trump.
“Ele fez um discurso absolutamente eletrizante na Convenção Nacional Republicana, que foi um dos destaques de toda a semana. Ele entreteve fãs do mundo todo, e o impacto cultural que teve foi enorme.”
O vice-presidente, JD Vance, além do secretário de Defesa, Pete Hegseth, também homenagearam o lutador em suas redes sociais.
“A última vez que o vi, prometemos que tomaríamos umas cervejas juntos na próxima vez que nos víssemos”, escreveu Vance. “A próxima vez terá que ser do outro lado, meu amigo! Descanse em paz.”
Apenas três anos depois de apoiar publicamente Obama, Hogan recuou.
“Eu era um grande apoiador de Obama e meio que acreditava em tudo o que ele dizia que faria”, disse Hogan à Fox News em 2011, acrescentando que Obama não tinha cumprido suas promessas de campanha.
Hogan também ficou descontente com o fato de Obama ter aberto seu discurso no Jantar dos Correspondentes da Casa Branca de 2011 com a música Real American, que marcava suas entradas no ringue.
Foi uma brincadeira: enquanto a música tocava, telas mostravam uma cópia da certidão de nascimento de Obama, comprovando que ele havia nascido nos Estados Unidos.
Alegações falsas de que Obama não era americano foram impulsionadas por Donald Trump.
Na época das eleições de 2016, Hogan passou a apoiar firmemente Trump, assim como fez em 2020 e 2024.
Ele chegou a cogitar a ideia de ser o candidato de Trump à vice-presidência e até mesmo de concorrer à Casa Branca.
“Depois de tudo o que aconteceu com o nosso país nos últimos quatro anos e de tudo o que aconteceu no último fim de semana, não posso mais ficar em silêncio”, disse o lutador.
“Estou aqui esta noite porque quero que o mundo saiba que Donald Trump é um verdadeiro herói americano e tenho orgulho de apoiar meu herói como o próximo presidente dos Estados Unidos.”