Governo Trump questionou países sobre se aceitariam receber palestinos voluntários de Gaza

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Revelação foi feito pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a comitê do Senado americano. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, contou que o governo Trump perguntou a países do Oriente Médio se eles estariam abertos a aceitar moradores de Gaza que queiram se mudar voluntariamente, nesta terça-feira (20), no Senado americano.
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Questionado pelos senadores do Comitê de Relações Exteriores da casa se os EUA haviam discutido com a Líbia sobre uma possível deslocamento de palestinos para o país, Rubio afirmou que não sabe se ele está entre os países consultados.
“O que conversamos com algumas nações foi: se alguém, voluntariamente e de bom grado, diz que quer ir para outro lugar por algum período de tempo porque está doente, porque os filhos precisam ir à escola ou algo assim, há países na região dispostos a aceitá-lo por algum período de tempo?”, declarou.
Ajuda humanitária em Gaza
Caminhões carregando ajuda humanitária parados no lado israelense da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com a Faixa de Gaza, em 20 de maio de 2025.
REUTERS/Amir Cohen
A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu autorização de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária entrem na Faixa de Gaza nesta terça-feira (20), informou um porta-voz do escritório humanitário da ONU.
“Solicitamos e recebemos aprovação para mais caminhões entrarem hoje. (…) São cerca de 100, bem mais do que os autorizados ontem”, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU, durante coletiva de imprensa em Genebra.
Os caminhões contêm comida e suprimentos para bebês e crianças, segundo Laerke. “Sabemos com certeza que há bebês em necessidade urgente e vital desses suplementos. E, se não os receberem, estarão em perigo de morte”, disse o porta-voz.
O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, disse à rede britânica “BBC” nesta terça-feira que a ajuda humanitária entrando em Gaza é “uma gota em um oceano”. Fletcher afirmou também temer que 14 mil bebês possam morrer nas próximas 48 horas se ajuda humanitária suficiente não chegar a Gaza.
A ONU afirma repetidamente que Gaza, com uma população de cerca de 2,3 milhões de pessoas, precisa de pelo menos 500 caminhões por dia, entre ajuda humanitária e bens comerciais. Ao longo da guerra, caminhões com ajuda têm aguardado semanas e até meses na fronteira para entrar em Gaza.
Segundo Laerke, cinco caminhões de ajuda humanitária cruzaram a fronteira para Gaza na segunda-feira, rompendo um bloqueio israelense de 11 semanas. Israel diz ter liberado a entrada de nove veículos.
“O próximo passo é recolhê-los e, em seguida, distribuí-los por meio do sistema já existente —aquele que já se mostrou eficaz”, afirmou Laerke, acrescentando que os caminhões continham alimentos para bebês e produtos nutricionais para crianças.
As taxas de desnutrição em Gaza aumentaram durante o bloqueio israelense e podem crescer exponencialmente se a escassez de alimentos persistir, alertou um responsável de saúde da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), durante a mesma coletiva.
“Tenho dados até o final de abril e eles mostram que a desnutrição está em alta”, disse Akihiro Seita, diretor de Saúde da UNRWA. “E a preocupação é que, se a escassez atual de alimentos continuar, o aumento será exponencial, podendo sair do nosso controle.”
A entrada de ajuda humanitária ocorre em meio à ofensiva terrestre israelense e ataques aéreos diários no território palestino. Os bombardeios israelenses mataram ao menos 60 palestinos nesta terça-feira, segundo o Ministério da Saúde palestino controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Ameaça de sanções a Israel
Exército israelense mostra tropas em nova operação terrestre em Gaza
Os líderes da França, Canadá e Reino Unido pediram a Israel o fim de suas “ações escandalosas” na Faixa de Gaza e prometeram responder com “medidas concretas” caso a ofensiva militar não seja interrompida.
Em uma declaração conjunta, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros canadense, Mark Carney, e britânico, Keir Starmer, condenam a “odiosa linguagem usada recentemente por membros do governo israelense” e advertem que o deslocamento forçado permanente de civis viola o direito internacional humanitário.
Eles também reforçaram a pressão para que o governo israelense permita a entrada de ajuda humanitária no território. Nesta segunda, pela primeira vez em mais de dois meses, Israel permitiu a entrada de caminhões, mas a ONU considera a quantidade insuficiente.
Os três líderes prometem que não ficarão “de braços cruzados” enquanto o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, “continua com essas ações escandalosas”.
“Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional. Se Israel não puser fim à nova ofensiva militar nem interromper suas restrições à ajuda humanitária, adotaremos outras medidas concretas em resposta”, disseram os líderes, sem informar quais seriam essas ações.
Sobre a conferência prevista para 18 de junho em Nova York sobre a solução de dois Estados, prometem “trabalhar com a Autoridade Palestina, os parceiros regionais, Israel e Estados Unidos para alcançar um consenso sobre as disposições para o futuro de Gaza, baseado no plano árabe”.
“Estamos decididos a reconhecer um Estado palestino como contribuição para a realização de uma solução de dois Estados, e estamos dispostos a trabalhar com outros para tal fim”, acrescentaram os líderes da França, Canadá e Reino Unido.
Israel busca tomar o controle deste território palestino para derrotar o grupo terrorista Hamas, que atacou o solo israelense em 7 de outubro de 2023. O atentado deixou 1.218 mortos e 251 pessoas foram sequestradas, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Dos reféns levados para Gaza, 57 continuam cativos, embora 34 tenham sido declarados mortos pelo exército israelense.
Segundo o último relatório do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a ofensiva israelense já deixou mais de 53.486 mortos no território, número considerado confiável pela ONU.

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