Facções no Nordeste: como praias famosas viraram ‘grande negócio’ ao crime

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Montagem msotra praia de Jericoacoara e tráfico de drogas

Crédito, Caroline Souza/BBC

Legenda da foto, Jericoacoara, Pipa e Porto de Galinhas têm presença de facções no litoral nordestino

    • Author, Vitor Tavares
    • Role, Da BBC News Brasil em São Paulo

Coqueiros, águas mornas, frutos do mar… Venda de drogas à luz do dia, “olheiros” monitorando as esquinas, assassinatos violentos e uma vida local dominada pelo poder paralelo das facções. Essa descrição hoje serve para três dos principais (e mais bonitos) destinos turísticos de praia do Nordeste brasileiro: Porto de Galinhas, em Pernambuco; Pipa, no Rio Grande do Norte; e Jericoacoara, no Ceará.

E as semelhanças não param por aí. Praias mais famosas de seus respectivos Estados, as três mantêm um certo clima de tranquilidade, com regras do crime organizado para coibir roubos contra aqueles que as visitam – uma forma de não afastar os turistas que movimentam a economia e o tráfico na região.

Para quem mora ali, porém, a presença e a crueldade das facções são bastante conhecidas, das ameaças a quem não cumprir ordens e decapitações aos pontos de venda em espaços centrais das vilas, segundo moradores, autoridades e pesquisadores com quem a BBC News Brasil conversou nas últimas semanas.

“O Estado vende isso aqui como o paraíso, mas não garante o mínimo para a população. O assunto é ainda abafado na cidade, porque não se pode falar mal para não correr o risco perder turistas”, diz Carla, uma moradora de Jericoacoara.

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