Confisco da poupança por Collor: a estratégia desesperada e fracassada para combater a inflação

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Collor no Palácio do Planalto

Crédito, Sergio Lima/ Agência Brasil

Legenda da foto, ‘Choque do Plano Collor é o maior de toda a história’, dizia uma manchete de jornal da época

  • Author, Edison Veiga
  • Role, De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

Era um Brasil completamente diferente aquele da virada dos anos 1980 para os anos 1990. Havia um vilão que não só assustava a todos como, feito monstro faminto, devorava dia após dia fatias polpudas do dinheiro das pessoas — era a hiperinflação que minava o poder de compra do cidadão.

Em 1990, quando o país vivia a iminência do fim do governo José Sarney para a posse do presidente Fernando Collor — o primeiro eleito por voto direto desde o golpe de 1964 —, economistas debatiam intensamente qual seria a solução para domar esse dragão descontrolado que bagunçava a economia.

Conforme divulgou a Folha de S.Paulo na edição de 13 de março daquele ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) previa que o mês fecharia com inflação de 89,6% (o índice de março de 1990 acabou fechando em 82,39%, a maior variação mensal do IPCA já registrada pelo IBGE).

“Na opinião dos economistas do órgão, o novo governo terá de intervir contra a alta”, escreveu o jornal. Algo já estava sendo costurado nos bastidores.

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