Cessar-fogo em Gaza: Israel e Hamas fecham acordo para libertação de reféns, dizem fontes à BBC
Israel e o Hamas fecharam um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, disse uma fonte próxima das negociações à BBC News.
A fonte afirmou que o acordo foi fechado após a reunião do primeiro-ministro do Catar com negociadores do Hamas e, separadamente, negociadores israelenses.
O acordo também foi confirmado nas redes sociais pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump: “Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve”, escreveu.
De acordo o serviço de verificação da BBC, dos 251 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 94 continuam em Gaza — acredita-se que 60 estejam vivos e 34, mortos.
Ainda não foram divulgados os detalhes do acordo, mas o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas “cedeu” devido à “postura firme” do líder israelense contra as demandas de última hora relacionadas ao posicionamento de forças no chamado Corredor Filadélfia, entre Gaza e Egito.
No entanto, o gabinete de Netanyahu destacou que “ainda há várias cláusulas não resolvidas” no acordo que precisam ser tratadas.
A expectativa é que os detalhes sejam finalizados nas próximas horas.
Segundo o correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, o acordo permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas voltem para suas casas, vilas e cidades na Faixa de Gaza.
O acordo incluiria a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo com suprimentos médicos, incluindo tendas, vindos da fronteira de Rafah com o Egito.
Também devem estar inclusos 50 caminhões de combustível para operar os hospitais que ainda estão funcionando, consertar as estações de energia e reparar os sistemas de esgoto e água.
Logo após a notícia do cessar-fogo, moradores de Gaza e de Israel foram para as ruas celebrar o acordo.
Trump celebra cessar-fogo
Na rede social Truth Social, Donald Trump declarou que o “acordo épico de cessar-fogo só poderia ter acontecido como resultado de nossa vitória histórica em novembro”.
Ele afirmou que sua eleição para a Casa Branca sinalizou ao mundo que sua administração “buscará a paz e negociará acordos para garantir a segurança de todos os americanos e de nossos aliados”.
Trump disse estar “entusiasmado” com o retorno de reféns americanos e israelenses para casa.
Segundo análise de Tom Bateman, repórter que cobre Departamento de Estado americano em Washington para a BBC, “a transição para a presidência de Trump e o prazo iminente de sua posse — em 20 de janeiro — efetivamente deram um prazo para essas negociações”.
“Ambos os lados sabiam que os termos atualmente propostos, garantidos pelos Estados Unidos, poderiam enfrentar muita incerteza após essa data.”