Bolsonaro com tornozeleira: a reação da imprensa internacional a medidas de Moraes contra ex-presidenrte
Crédito, André Borges/EPA
Bolsonaro terá de ficar em casa entre as 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados, deverá ser monitorado com tornozeleira eletrônica e não poderá se comunicar com embaixadores, autoridades estrangeiras nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.
O jornal americano The New York Times descreveu que a decisão é “um sinal de que o tribunal acredita que ele pode fugir do país antes de seu julgamento sob a acusação de tentativa de golpe após perder as eleições de 2022.”
Para o veículo, a ordem “representa uma escalada acentuada da repentina disputa entre as autoridades brasileiras e o presidente Trump em relação ao caso de Bolsonaro.”
Na quinta-feira (17/7), o jornal americano já havia publicado uma reportagem sobre o tema indicando que as ações de Trump a favor de Bolsonaro acabaram sendo um “presente” para Lula.
As tarifas impostas por Trump ao Brasil como, em parte, retaliação ao processo contra Bolsonaro acabaram “dando a Lula um ganho inesperado”.
O canal CNN destacou uma entrevista feita pela âncora Christiane Amanpour com Lula, na quinta-feira, em que o presidente brasileiro disse que as ameaças de Trump romperam com o “protocolo” e argumentou que o destino de seu antecessor não pode ser parte das negociações comerciais. “O Brasil, no momento certo, vai dar a resposta à carta do presidente Trump”, afirmou Lula ao canal de TV.
O The Guardian, do Reino Unido, destacou que “um veredito de culpa é amplamente visto como uma conclusão inevitável” e que “oponentes políticos expressaram preocupação de que o político de direita radical possa tentar escapar de uma sentença de até 43 anos buscando refúgio em uma embaixada estrangeira ou até mesmo tentando deixar o país.”
O texto diz que “se a guerra comercial politicamente motivada de Trump foi planejada para ajudar os Bolsonaros, parece que o tiro saiu pela culatra.”
O jornal britânico Financial Times disse que o episódio das tarifas “colocou a direita brasileira, que apoiava Trump, na defensiva” e que “conservadores, incluindo empresários afetados pelas tarifas, estão divididos sobre como responder”, já que “alguns apoiam as medidas de Trump e culpam Lula pelo confronto, enquanto outros querem uma solução negociada para evitar que a economia seja prejudicada.”