Bate-boca na Câmara: Haddad acusa Nikolas Ferreira de “molecagem” e sessão é encerrada

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Uma audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11) terminou em tumulto e foi encerrada após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e deputados da oposição, em especial Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-DF), trocarem farpas e acusações. A confusão começou quando Haddad definiu como “molecagem” a conduta de Nikolas Ferreira, que deixou o plenário após criticar o governo sem aguardar as respostas do ministro.

“Esse tipo de atitude, de alguém que quer aparecer na rede e corre sempre que o debate vai acontecer, é um pouco de molecagem. Isso não é bom para a democracia”, criticou Haddad durante a reunião. Ao sair da sala, o ministro expressou seu descontentamento com o comportamento dos parlamentares da oposição. “Fui desrespeitado”, afirmou, lembrando que, na semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também se retirou de uma audiência pública no Senado após ser hostilizada.

Haddad compareceu à Câmara para discutir os planos da equipe econômica e as alternativas ao reajuste do IOF. Conforme as regras acordadas, os deputados deveriam fazer as perguntas e Haddad responderia ao final da fala de cada parlamentar. Nikolas Ferreira, que possui milhões de seguidores nas redes sociais, e Carlos Jordy aproveitaram seu tempo para criticar a política econômica do atual governo, fazendo comparações com a gestão de Jair Bolsonaro.

Em sua fala, Nikolas Ferreira reclamou de um suposto clima “feliz” por parte dos parlamentares governistas. “O vídeo do pix foi um manifesto das pessoas para dizer que a coisa não está legal”, declarou o deputado, referindo-se a um vídeo em que acusou o governo de um plano para taxar o Pix – uma acusação que o governo refutou, explicando que se tratava de um novo mecanismo de monitoramento que, posteriormente, foi recuado devido à disseminação de notícias falsas.

Haddad rebateu as críticas e questionou a comparação com a gestão anterior, argumentando que o superávit alcançado em 2022 foi resultado de “calotes” e venda de patrimônio público. “Em 2022 eles estão alegando que teve superávit primário. A que custo? O Bolsonaro deu calote nos governadores. Tomou o ICMS dos combustíveis dos governadores com a promessa de pagar. Quem pagou foi o governo Lula em março de 2023, R$ 30 bilhões”, afirmou o ministro.

O ministro também citou outras medidas da gestão Bolsonaro que, segundo ele, contribuíram para o superávit de 2022, mas que geraram pressões nas contas do governo Lula. Entre elas, o que Haddad chamou de “calote dos precatórios”, no valor de cerca de R$ 92 bilhões, que se referem a dívidas judiciais da União cujo pagamento foi adiado no governo Bolsonaro e precisou ser quitado em 2023.

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