13 de maio: como Igreja fez parte da engrenagem da escravidão no Brasil, segundo especialistas

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Ilustração de 1826 mostra o mercado de escravizados no Rio de Janeiro.

Crédito, Arquivo Nacional

Legenda da foto, Mercado de escravizados no Rio, em ilustração de 1826

  • Author, Edison Veiga
  • Role, De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

“Era a escravidão que sustentava a Igreja Católica no Brasil.” Quem diz é o historiador Vitor Hugo Monteiro Franco, pesquisador na Biblioteca Nacional, doutor pela Universidade Federal Fluminense (UFF), autor do livro Escravos da Religião e uma das maiores autoridades sobre o tema no país.

Segundo seus estudos, no auge do século 19, somente a Ordem de São Bento tinha cerca de 4 mil pessoas escravizadas trabalhando em suas unidades espalhadas pelo território, nos atuais Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Bahia.

Mas não é somente isso. Apoiados em argumentos de que era melhor viver sob a escravidão “e se tornar um cristão” do que seguir “no paganismo e ir para o inferno”, religiosos deram um salvo-conduto à elite escravocrata que ao longo de quase 400 anos exploraram mão de obra compulsória no Brasil.

Além disso, eles próprios também se envolveram no emprego desse trabalho e até mesmo no chamado tráfico negreiro que abastecia o mercado.

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