Em Pequim, governo Lula anuncia R$ 27 bilhões de investimentos da China no Brasil
O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (12) novos investimentos da China no Brasil, da ordem de R$ 27 bilhões.
O número foi citado pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex), Jorge Viana, após um fórum entre empresários brasileiros e chineses em Pequim.
O presidente Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Antes, a comitiva passou também pela Rússia.
Segundo o governo, empresas chinesas aplicarão recursos no Brasil em uma série de áreas, desde indústrias a novas marcas de comércio e serviços.
A lista deve incluir a inauguração de fábricas de semicondutores da empresa Longsys, em São Paulo e Manaus. Também prevê a chegada ao Brasil da maior rede de fast food do mundo, a Mixue, e de um novo aplicativo de delivery, o Keeta.
Há ainda investimentos espalhados na aviação, em mineração e no mercado farmacêutico.
Ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, o governo também assinou uma série de acordos comerciais entre Brasil e China.
O compromisso foi o primeiro da viagem de Lula à China, que deve se estender até quarta (14). Há previsão de que o petista se reúna com o presidente chinês, Xi Jinping.
A viagem foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.
A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como “alternativa” para parte dos produtos americanos importados pela China.
A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio.
A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações vão inaugurar um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês.
Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, deve participar de encontros com autoridades. A pasta afirma que um dos objetivos da visita é a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.
Ao longo da viagem de Lula à China, há expectativa de que os governos chinês e brasileiro assinem uma série de acordos bilaterais.
Parte dos anúncios ocorrerá após encontro com Xi Jinping, na terça-feira (13). Será a terceira vez que o petista e o líder chinês se encontram desde que o presidente brasileiro voltou ao Planalto em 2023.
O cronograma da viagem prevê, ainda, a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).