Uma breve história dos conclaves papais, entre fumaças brancas, intrigas e o cisma da Igreja Católica

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A votação dos cardeais na Capela Sistina durante um conclave. Reprodução de uma xilogravura de 1881

Crédito, Getty Images

  • Author, Anna Peirats
  • Role, The Conversation*

A praça está em silêncio. Milhares de pessoas olham para cima, atentas à chaminé que coroa a Capela Sistina. De repente, uma coluna de fumaça começa a subir: preta, branca, cinza? Não há necessidade de palavras porque, durante séculos, o mundo vem aprendendo a interpretar na fumaça os mistérios do poder, da alma e da história.

Além do ritual solene, os conclaves também têm uma história paralela: confinamentos forçados, alianças secretas, mortes súbitas, erros rituais e renúncias inesperadas. Cada um deles reflete seu tempo. Juntos, eles compõem uma crônica da Igreja em sua dimensão mais humana e, às vezes, mais frágil.

Quando o céu se abriu: o nascimento do confinamento sagrado

Em 1268, os cardeais se reuniram em Viterbo para eleger o sucessor de Clemente 4°. Mas o conclave durou quase três anos.

Diante desta situação, os governantes da cidade trancaram a porta do prédio, retiraram o teto para que o céu exercesse pressão, e reduziram a dieta dos eleitores a pão e água. Três cardeais morreram no processo. Por fim, escolheram Teobaldo Visconti. Seria ele, Gregório 10º, quem estabeleceria o confinamento obrigatório com a constituição Ubi periculum em 1274.

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