Juliana Marins: jovem ficou 32h viva após queda, estimam peritos brasileiros
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Considerando o horário da Indonésia, a equipe calculou que ela caiu às 4h da manhã de 21 de junho e já estava morta por volta de meio-dia de 22 de junho — embora um horário mais exato do óbito não tenha sido especificado.
De acordo com Reginaldo Franklin Pereira, perito legista, e Nelson Massini, assistente de perícia, Marins morreu por politraumatismo — ou seja, com danos por todo o corpo.
Eles afirmaram que a jovem sofreu hemorragias, inclusive na cabeça, e agonia respiratória.
“As lesões que levaram ao óbito da jovem Juliana foram provenientes de um impacto de alta energia cinética”, afirmou Pereira.
“Foi uma morte de muitos sofrimentos”, acrescentou Massini.
Após uma última queda, a brasileira teria ficado viva ainda por 15 minutos, segundo estimativa da equipe brasileira.
Pereira e Massini, que assinaram o laudo do Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, do Rio de Janeiro, participaram de uma entrevista coletiva ao lado da irmã de Juliana, Mariana Marins.
Irmã reclama de demora em atendimento da Defesa Civil local
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Mariana Marins, a primeira a falar, iniciou sua fala lamentando que os resultados da perícia tenham sido publicados primeiro pela imprensa, antes da divulgação oficial, após um vazamento.
“Só queria lamentar o vazamento do laudo para a mídia, para a imprensa, antes que fosse visto pela família. É um processo sobre sigilo de justiça. Então, fica meu apelo para que isso não aconteça com outras famílias novamente, porque é um momento muito ruim a gente receber um laudo não oficialmente, como a gente deveria ter recebido. Espero que próximos processos sob sigilo sejam realmente sob sigilo”, disse Mariana.
Antes, a família de Juliana Marins já havia pedido, em entrevista à TV Brasil, que a Polícia Federal (PF) apurasse o vazamento.
Em seguida, Mariana Marins detalhou a cronologia do acidente da irmã, afirmando que ele começou com uma “queda bem grande” em uma parede rochosa.
“A gente não sabe sob quais circunstâncias. A gente não sabe se ela escorregou, a gente não sabe se ela tava sentada, o que que aconteceu”, relatou a irmã.
Ainda de acordo com ela, há duas equipes de resgate que podem atuar no Parque Nacional do Monte Rinjani: uma do próprio parque, composto por voluntários e moradores locais que prestam primeiros socorros mais simples; e a Defesa Civil, chamada na Indonésia de Basarnas, que consegue fazer resgates mais complexos, usando por exemplo a técnica da ancoragem.
Mariana criticou que os Basarnas só tenham sido acionados às 8h30 da manhã de 21 de junho.
“Só do Basarnas ter sido chamado num período longo depois do acidente, já é algo a ser considerado”, respondeu a irmã quando perguntada por repórteres se houve negligência no resgate a Juliana na Indonésia.
“Pessoas lá já sabiam que o acidente era grave, que a distância era grande [da base dos Basarnas até o parque], então eles deveriam ter sido acionados. Já começa aí a parte de negligência. Depois disso, sem o equipamento correto.”
“A gente vai ver o que consegue fazer nem é só pela Juliana, (…) também é para que não aconteça com outras pessoas”, concluiu a irmã.