Mauro Cid confirma que Bolsonaro leu e editou minuta golpista

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O tenente-coronel Mauro Cid declarou em seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF),sobre o suposto plano de golpe de Estado, nesta segunda-feira (10), que Jair Bolsonaro (PL) não apenas teve acesso a uma minuta de teor golpista, mas também fez alterações no documento.

Cid detalhou que Bolsonaro leu o conteúdo da proposta elaborada por seus assessores e promoveu modificações pontuais, reduzindo o número de autoridades previstas para prisão. Segundo ele, “de certa forma, ele (Jair Bolsonaro) enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Moraes) ficaria como preso”.

Ainda durante o depoimento, o ex-ajudante de ordens declarou que presenciou as articulações dentro do governo que visavam contestar os resultados das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, negou envolvimento direto. “Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, afirmou.

O ministro Alexandre de Moraes abriu a oitiva questionando Cid sobre a validade de sua colaboração premiada, que foi alvo de críticas por parte das defesas de outros acusados, com base em alegadas omissões.

A credibilidade de sua delação foi colocada em xeque após a divulgação de um áudio pela revista Veja, em março do ano passado. Na gravação, Cid aparece fazendo críticas a Moraes e alegando que teria sido pressionado pela Polícia Federal para narrar determinados fatos. Ao ser confrontado com o conteúdo, Cid explicou que se tratava de um “desabafo” e reafirmou que todas as informações prestadas à investigação são verídicas. Negou também qualquer tipo de coação durante o processo.

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